O Karate tem várias abordagens que essencialmente são formas diferentes de explorar os mesmos princípios. É uma só arte, ampla, que ao mesmo tempo são várias. O mestre fundador da nossa escola, Tsunioshi Tanaka, compreendia isso bem com sua experiência de mais de 50 anos na prática do Karate. Muitas vezes, ouvimos ele dizer “não existe isso de estilo! Estilo cada um tem o seu, de acordo com seu corpo. O que varia nas escolas é o método de ensino!”
Para um iniciante pode ser difícil de compreender, mas essa fala do mestre mostra grande sabedoria. Cada linhagem, cada professor, terá sua forma de ensinar e praticar o Karate de acordo com suas limitações e preferências, que tornam essa uma arte que, mesmo treinada em grupo, é uma jornada particular. Logicamente, grupos diferentes terão formas específicas de fazer as coisas, mas são variações dentro do mesmo tema. Não há uma variação mais certa que a outra.
Os métodos de ensino (“estilos”) são importantes pois nos dão estrutura e um caminho para aprender e explorar os conceitos da arte. Mas, a partir do momento que nos tornamos mais experientes, vemos que o Karate é muito mais amplo que o nosso dojo e que essa amplitude é fascinante. Também vemos que cada um vai ter um kata que gosta mais, que vai gostar mais de defesa pessoal ou de competir e que isso é perfeitamente normal. Nós aprendemos o Karate das nossas escolas, absorvemos os meios e conhecimentos, e incorporamos a nós mesmos, de acordo com nossos objetivos.
Karate é movimento. “Karate é vida,” como também dizia nosso mestre. Por isso, é uma arte tão plural quanto a vida e uma prática com a qual uma pessoa pode continuar aprendendo, praticando e se desenvolvendo ao longo de toda a vida.